quarta-feira, 10 de junho de 2009

New York

(Julho de 2009)

Nova Iorque é, e sempre foi, a minha principal referência planetária, uma espécie de capital do mundo, que conhecemos desde sempre, mesmo antes de a termos visitado, por ser uma cidade que nos habituámos a reconhecer pelos filmes, pelas séries e pelas notícias, que nos entram diariamente em casa. Mas a realidade é sempre bem diferente e sempre surpreendente e, na cidade de New York, essa surpresa é mesmo avassaladora e chega-nos em cada avenida, cada praça, cada recanto, e envolve-nos de forma tão marcante que nunca mais deixamos de considerar esta cidade como um dos nossos locais favoritos em todo o mundo.
Conheci a cidade em 1996 numa viagem que fiz ao longo da costa Leste dos Estados Unidos, mas vou sobretudo referir-me a uma outra viagem que fiz em junho de 2009, na companhia da Ana, a minha mulher, e da Marisa Martins, o Rui Cabrita, a Palmira Carvalho e a Tânia Meneses.

A descrição desta viagem será feita através dos vários percursos que fomos fazendo ao longo da cidade, mas a duração de cada percurso e da própria estadia irá depender do ritmo que cada um queira imprimir aos seus passeios e às suas pausas. A nossa estadia durou cinco dias completos, mas admito que se possa prolongar a viagem por mais um ou dois dias, de forma a sobrar tempo para fazer outras coisas, ou para fazer exatamente o mesmo, mas com mais calma. De qualquer maneira, apesar dos cinco dias, nem fiquei com a sensação que tivesse sido uma correria desenfreada.

Em qualquer dos casos recomendo que se faça alguma preparação e planeamento para tentar minimizar o tempo mal perdido, sobretudo numa cidade onde o tempo é precioso porque a estadia é bastante cara (isto é uma deformação profissional, mas uma viagem começa por ser gerida como um projeto... e depois tem desvios que vamos adaptando e corrigindo, tal como em todos os projetos). De qualquer forma esse planeamento que nos leva a estabelecer um guião para visitarmos a cidade nunca poderá ser uma peça rígida, tem que existir espaço para improvisarmos, essa é uma regra universal e que é bastante recomendável numa cidade tão surpreendente como esta. 

Quando falo em preparação refiro-me à definição dos espaços que vamos querer visitar, para que possamos comprar previamente os ingressos ou fazer reservas, quando necessárias, e só dessa forma evitaremos filas e não correremos o risco de perder algo que gostaríamos de visitar, o que será um benefício relevante para a qualidade da nossa estadia. E refiro-me, por exemplo, ao acesso a museus, às subidas a arranha-céus, aos espetáculos, a cruzeiros de barco e às reservas em restaurantes.

No nosso caso adquirimos um CityPASS que incluía a utilização de transportes públicos, mas também o acesso a museus, subidas aos arranha-céus visitáveis e um cruzeiro de barco à volta da ilha de Manhattan. Não vos refiro qual o preço e nem sequer qual o nome exato deste passe porque já passaram vários anos e certamente existirão coisas novas. De qualquer forma lembro-me bem que o passe era bastante caro. Talvez a aquisição prévia de ingressos apenas para os espaços escolhidos seja uma solução mais económica. E mesmo o uso de transportes talvez não justifique um passe, porque os maiores percursos são feitos a pé e os regressos ou as saídas à noite normalmente são feitos de táxi. 

Ainda no âmbito da preparação da viagem queria mencionar que esta é uma cidade servida por dois aeroportos, o JFK, em New York, e o aeroporto de Newark, no estado de New Jersey e ambos ficam a cerca de 30 km do centro de Manhattan. Desta forma a escolha dos voos poderá recair em qualquer destes dois aeroportos podendo-se optar pelas alternativas mais económicas. 

Já a escolha dos hotéis é quase sempre uma dificuldade. Não porque não exista oferta, mas porque os preços têm vindo a tornar-se insuportavelmente elevados (recordo que em 1996 o dólar estava em baixa e tudo era baratíssimo, e mesmo em 2009 os preços estavam ainda razoáveis e deu para escolher um hotel junto à Times Square). 

No entanto, apesar a subida em flecha dos preços dos hotéis, sugiro que isso não vos faça desistir de visitar a cidade e, se for necessário, escolham um hotel em Newark. Procurem hotéis na proximidade da estação ferroviária (a Penn Station de Newark) e terão ligação direta de comboio em 20 min até à Pennsylvania Station na 7th Avenida, no coração de Manhattan.


A chegada à cidade:

Antes de entramos nos percursos e atrações a visitar quero falar-vos de um momento que me marcou decisivamente… o momento da chegada à cidade. Como a abertura de uma ópera ou de uma sinfonia, a chegada à cidade de New York é incontornavelmente um dos instantes decisivos de toda a nossa visita. Naquele momento em que pomos pela primeira vez os pés na ilha de Manhattan, a cidade arrasa-nos, faz-nos estremecer, como se entrássemos num imenso carrossel de vibrações e emoções. 

Não é fácil descrever aquilo que se sente e deixo-vos aqui um desafio… tentem registar (ou recordar, para quem já lá foi) as emoções na vossa chegada à cidade, tentem perceber como é que se estão a sentir quando a cidade vos esmagar… e depois vejam se tenho ou não razão, se não é mesmo um instante decisivo, para a vossa viagem e mesmo para a vossa vida, porque as coisas nunca mais serão vistas da mesma forma, a partir daquele momento o mundo será diferente... ”haverá sempre New York”.

No nosso caso, depois de aterrarmos no aeroporto JFK e apanharmos o transfer, a nossa chegada à cidade aconteceu já à noite, depois de pararmos no Paramount Hotel na 46th Street e após um breve percurso de 150 m, chegámos ao coração palpitante da cidade, a incrível Times Square... e não podíamos ter tido melhor cartão de visita, fomos imediatamente engolidos por uma vibração que ainda hoje me deixa arrepiado.

Ao longo de cinco dias seguintes fizemos vários percursos por toda a cidade cujas crónicas se apresentam nas  seguintes publicações:


Carlos Prestes
Junho de 2009